Cada vez mais cedo tem se dado o primeiro contato de crianças com a tecnologia. Com isso, a criação de um perfil nas redes sociais por este público também vem se antecipando. De acordo com a pesquisa TIC KIDS do Comitê Gestor da Internet no Brasil, 58% das crianças com idades entre 9 e 10 já possuíam perfil em redes sociais em 2018. Em 2015, nessa mesma faixa etária, a porcentagem era de 43%.
Opa! Peraí… Existe uma previsão expressa de classificação indicativa nos termos de uso destas aplicações, não? Sim, existe idade para ter redes sociais. Ainda assim, com ou sem o consentimento dos pais, crianças estão criando seus próprios perfis. Estão interagindo “tranquilamente” neste vasto e desmurado universo independente da idade faz muito tempo.
Mas como proibir? Aliás, por que proibir?
Plataformas como Snapchat, Instagram, Musical.ly, Facebook, WhatsApp e YouTube, além de divertidos podem ser úteis. Sim, mas devemos tomar cuidado. A internet tem poder de disseminação e perpetuidade. Também, qualquer um pode se passar por qualquer um. Essas características devem ser sempre lembradas, ou melhor, jamais esquecidas.
Devemos tomar cuidado com nossos pequenos!
Em uma pesquisa realizada com 192 crianças, de 10 a 14 anos nos mostra que a preocupação é justificada. Cerca de 40% delas declarou conversar e se conectar com estranhos, 53% revelaram seu número de telefone a eles e 15% tentaram se encontrar com o estranho que elas conheceram online. A pesquisa foi feita pela Center for Cyber Safety and Education, em parceria com (ISC)² em julho de 2015.
Apesar de, por vezes divertidas, as redes sociais estão longe de equipararem-se a parquinhos de diversão. Definitivamente, a internet não foi feita pra criança.
É importante seguir as normas…
Ademais, convenhamos, orientar para que perfis em redes sociais não sejam criados contrariando a classificação indicativa constante do termo de uso, vai além das preocupações com relação às interações estabelecidas. Estamos falando de regras, normas que precisam ser obedecidas, seja para uso das mídias sociais ou qualquer outra coisa na vida.
Orientação é essencial!
Uma vez que o jovem possui a idade para ter redes sociais, não adianta proibir. Pelo contrário, o uso ético, seguro e responsável deve ser incentivado pela família. Conceitos como: o valor da privacidade e segurança devem estar claramente compreendidos. Assim como o alto preço que pode custar sua demasiada exposição na web.
Este anseio desenfreado que pessoas (não só crianças e adolescentes) possuem por receber curtidas, é uma preocupação. A internet, sobretudo as redes sociais, hoje bem representam uma forma de se obter a tão almejada aprovação, característica inerente ao ser humano. No entanto, este mesmo ambiente propicia a “vantagem” do indivíduo moldar-se a expectativa do espectador Isso faz com que deixe de ser quem realmente é, e pior, extrapolando na exposição e sofrendo as consequências quando replicadas negativamente. Por exemplo, em 2016, foram 301 casos de denúncias por vazamento de conteúdo íntimo, segundo a Safernet. Em 2013, eram 101 casos e 48% eram jovens com menos de 25 anos.
A internet é ótima, assim como todas as inovações que acompanham esta fantástica evolução. Mas somente seremos favorecidos se dela aprendermos a tirar o melhor e mais seguro proveito. Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades.
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